Uma das dores mais temidas pelos corredores é a canelite, uma inflamação que acontece na região da canela e pode até impedir a prática de exercícios físicos quando o incômodo é muito grande. O impacto da corrida, principalmente quando ela é feita em um solo muito duro ou com irregularidades, é uma das principais causas da canelite.
Outros fatores provocam a canelite, como o uso de um tênis inadequado, a elevação rápida de volume de treinamento, a falta de alongamento na panturrilha e na face anterior da perna e a falta de fortalecimento na tíbia.
O tratamento da canelite costuma ser conservador, mas o descanso é fundamental, assim como sessões de fisioterapia e o fortalecimento adequado em um segundo momento.
Diagnóstico
Assim que os sintomas aparecerem, o ideal é fazer uma avaliação médica específica. Se a canelite é identificada no começo do processo inflamatório, o tempo parado para recuperação tende a ser menor. Além disso, a chance de uma fratura por estresse é reduzida.
“A ressonância magnética pode revelar um edema ósseo indicando a periostite de tração, que se não tratada a tempo pode evoluir para uma fratura por estresse”, explica Maurício Garcia, coordenador de fisioterapia do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte.
Além da ressonância, alguns sintomas podem apontar a existência da canelite, como vermelhidão na região da canela, deformação do arco plantar, fraqueza na musculatura e dor na panturrilha.
Como tratar
Geralmente, o primeiro passo do tratamento indicado por profissionais é parar de correr e recorrer ao acompanhamento de um fisioterapeuta. Ele ajudará na recuperação e indicará quais atividades podem ser feitas para que o atleta não perca sua condição física durante o tempo sem correr.
“Inicialmente, deve haver uma modificação da atividade, evitando-se as corridas por aproximadamente 10 dias. Durante esse período, o condicionamento cardiorrespiratório pode ser mantido por meio de exercícios na piscina com flutuador, assim como na bicicleta ergométrica”, opina o fisioterapeuta.
Outro passo fundamental é realizar um tratamento complementar em casa. Alongamentos e gelo (por no máximo 20 minutos) na região lesada irá ajudar no reparo da lesão. Marcio Garcia diz que a recuperação plena leva de 8 a 12 semanas, mas pode ser menor se o paciente seguir todos os passos e indicações.
Retorno
O retorno aos treinos deve ser feito de forma gradual para diminuir os riscos de a canelite voltar. A pressa pode atrapalhar todo o tratamento. “Depois de uma lesão, sempre ficamos na dúvida de como retomar os treinos. Mas a orientação é sempre voltar com muita calma e não querer recuperar logo o tempo ‘perdido'”, alerta Leonardo Marmitt, diretor técnico da Just Run Assessoria Esportiva.
“Não existe um tempo pré-determinado para o retorno, mas, sim, uma melhora de percepção corporal e de sinais que seu próprio corpo lhe dará. O importante é variar estímulos, realizar alguns testes mais brandos e seguir em frente”, completa Marmitt.
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